30.1.09

Dia 0,5

Pois... dia 0,5 porque não era um dia inteiro ainda, porque as meninas chegaram à noite, porque as meninas são meninas e carregavam malas de 9374563kg que qualquer menina normal faria.


No dia 0,5 só deu tempo de fazer os três passos básicos de qualquer viajante: 1) ligar para a família; 2) resgatar as malas; 3) bater auto-fotos.



aeroporto dublin.jpg



Do aeroporto seguimos cada uma para o seu destino: Nanda e Claudilene para a casa da Mrs Eccles e eu (Nandona) para o Jacob's, meu albergue.


(Nandona fala) A primeira impressão de Dublin foi uma mistura de descanso abençoado com uma frustração absurda. Explico: descanso, pois finalmente tinha chegado, tinha pisado em terra firme (para os aviãofóbicos, isso faz muito sentido), tinha passado em todas as imigrações (o que contrariou todos os meus pesadelos de esquecer passagens, malas, casacos e passaporte), tinha entrado no taxi, o vento frio não tinha congelado meus ossos e, principalmente, eu tinha conseguido travar comunicação com irlandeses!


A frustração absurda foi ver um grupo de knackers (uma versão irlandesa do pivete) fazendo arruaça na rua. Poxa, eu demoro 27256362 horas para chegar nessa cidade que mais parece uma cidade do interior de São Paulo com esse tempo frio e esses prédios baixos para enfrentar violência! Entrei no albergue, peguei minha keycard (que saudade do romantismo das chaves) e fui para o meu quarto, que, felizmente, estava vazio! Talvez aqueles que já ficaram em albergues com quarto compartilhados saibam a felicidade que é entrar em um quarto desses vazio...


... e foi nesse vazio silencioso e confortável que fui dormir 12 horas seguidas, para sonhar que voltava para o Brasil...


(Nanda fala) Entramos num taxi com nossos 23894738643kgs de mala para sermos desovadas (sim, largadas no meio da rua) em frente à casa da nossa futura adorada Mrs. Eccles, a hobbit. Depois de longos minutos no frio esperando nossa anfitriã vir à porta, eis que surge um ser de 0,5 metro de altura, pouco menor que eu. Adentramos o recinto para descobrir nosso confortável ninho nessa casa irlandesa. É interessante comentar que por confortável entendemos um quarto com duas camas, saudosos edredons de 5kgs em cada, uma modesta cômoda com uma "telly" sem instruções de uso e um pequeno banheiro desnecessariamente gelado.


(Claudia fala) Nessa primeira noite passamos várias privações: 1) não sabíamos ligar o chuveiro (o que resultou em uma noite menos asseada); 2) não sabíamos ligar a televisão (o que resultou em um monólogo de mim para mim mesma); 3) não sabíamos fechar a porta (o que resultou em uma Nanda congelada no dia seguinte); e 4) não sabíamos da comida (o que resultou em uma noite sustentada pelos ítens roubados do avião). Nesse cenário tão desprovido de entretenimento, fui dormir à voz (não tão suave) de minha roomate, Nanda, que depois de muitos apelos meus resolveu falar da vida e nunca mais parou.

3 comentários:

  1. Eu sonho que vc volta pro Brasil até hoje! :)

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  2. Claudia, minha querida...

    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

    Adorei o post inteiro, mas, especialmente, adorei o seu relato! Muito bom! =D

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  3. Porra... Depois de tanto tempo que vocês estão aí e o último post é do dia 0,5??? Esse meio dia demora a passar heim?

    Bitocas

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