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17.10.09

Pra falar de saudade...

Hoje eu vinha no ônibus com a Fernanda (Média) conversando sobre as coisas que sentiríamos saudade de Dublin quando retornássemos à terra brasilis. Em se tratando de uma conversa entre Fernanda e Fernanda é bem esperado que o tópico comida fizesse parte do diálogo. Mas é aí que vem aquele ponto de interrogação: dá para sentir saudade da comida irlandesa? E eu respondo: hmmmmmm dá, e explico.

Entendo que a comida irlandesa não tem fama de ser a melhor comida do mundo e não esperem me encontrar no Brasil infeliz com meu prato de arroz, feijão, bife e batata frita. A questão é que encontramos em Dublin um nicho de cheap delicious junk food não esperado.

Funciona assim: a Irlanda tem três grandes supermercados que oferecem produtos de sua própria marca, "genéricos" (Dharma products), a um preço abaixo da metade do preço de mercado. Sim, se normalmente um pacote de macarrão custa 1 euro, o pacote de macarrão da marca genérica do supermercado vai custar 30 centavos. Aí vocês vão me dizer que isso também acontece no Brasil, que a marca Casas da Banha (whatever) também vende produtos genéricos abaixo do preço do mercado...

... mas meu amigo, eu vou te falar que a qualidade dos genéricos aqui é alta. Não há uma grande diferença entre consumir os produtos de marca e os produtos genéricos. O macarrão genérico é tão bom quanto o de marca.

Aí, vale muito a pena comentar uma dessas marcas-não-marcas em especial, a St. Bernard. E esse é um nome que ecoará por muito tempo nas nossas lembranças.

A St. Bernard é a mais genérica de todas as marcas que eu já consumi na minha vida. Todos os seus produtos vêm em uma embalagem branca com uma singela faixa azul com o nome St. Bernard estampado. Segue a foto.


(produtos St Bernard's com sua singela faixa azul)
O grande borogodó da St. Bernard é o custo benefício dos seus produtos. Pela foto vocês já perceberam a variedade dos produtos (e a nossa obsessão com eles), mas ainda vendem desde de shampoo até travesseiro, a salvação de qualquer desempregado na cena dublinense.

"Só de ver essa lasagna já me dá água na boca, foi uma das melhores lasagnas que eu já comi na vida. 3.50 por dois pacotes. Quanta felicidade para um desempregado poder comer mini pizzas com wedges numa quarta feira congelada, tudo por menos de 1 euro. Isso para nao falar dos maravilhosos cookies, que tanta felicidade nos deram enquanto descansávamos nossos corpos cansados de não trabalhar, felicidade a 49 centavos", diz Fernandona enquanto olha para a foto.

Para resumir, vou sim sentir muita falta dos produtos genéricos daqui, a alegria monetária aliada com o deleite do paladar...
porque ninguém precisa saber que engordamos mais de 5 kilos em 2 meses, mas isso aí é outra história...

20.7.09

Os irlandeses (por um irlandês)

O que diferencia o irlandês de todos os outros indivíduos nesse planeta? (Essa é uma conversa verídica, travada num bar de hotel, depois de um enterro.)

Carl: We drink more than other people.
Fernanda: (Olho em volta. Muitas garrafas de cerveja na mesa e todos semi-bêbados às 2 da tarde.) Yeah, drinking. Check.

Carl: We curse more than other people.
Fernanda: That IS true. Cursing, check.

Carl: We play hurling better than other people.
Fernanda: Not even sure what hurling is but if you say so...check.

Mark: We look like leprechauns more than other people.
Fernanda: You say that because you don't know my friend Thiago. Don't check. :)

6.6.09

Eleições irlandesas

Olá pessoas, Nandona está de volta...

E de volta para os tópicos de curiosidade...

... pois é, eleições na Irlanda. Já faz algum tempo que, de dentro do ônibus, eu percebi que nos postes de Dublin começaram a brotar posteres de candidatos a xxx (seja lá...).

O mais legal é comparar o que vemos aqui em Dublin com a experiência de aturar aquelas placas horríveis e imundas por toda a cidade do Rio (que, graças ao bom deus da estética, tiveram o bom senso de proibirem). São os mesmo dizeres, mas com rostos mais brancos. Seguem umas amostras..

tem aqueles de nome bizarro,
os de esquerda,e os que apelam pro lado alternativo (olha o nome do fulano do lado esquerdo),e, para os curiosos, não, na Irlanda não é obrigatório votar. Talvez esse seja o motivo pelo qual nenhum irlandes saiba me responder para que são essas eleições...

4.5.09

Simpática Dublin

Uma das perguntas mais frequentes que eu ouço dos meus amigos e parentes do Brasil é: e os irlandeses? Eles são legais? Eles são bonitos?

Então aí vai uma resposta oficial da União Européia. Dublin foi votada a cidade mais simpática da Europa. Do lado oposto, em último lugar, ficou Paris, como a cidade menos simpática... (não vi a lista toda, mas aposto como quase empatou com Londres).

Além disso, a lista mostra que Londres é a cidade mais suja e com os europeus mais mal vestidos. (essas pessoas já viram as mulheres irlandesas?)

Confiram aqui a matéria na íntegra.

29.4.09

Um pequeno desabafo

Pois bem, estava eu feliz e contente da minha hulmilde vida de au pair quando acordo ontem (uma segunda feira) e sou surpreendida por um lindo dia de sol!

Acreditem ou não, essa terra onde Judas anda descalço é capaz de deixar brilhar alguns poucos raios solares para essas almas sedentas por calor. Mais difícil ainda de acreditar, pela tarde, estava eu, na labuta diária, arrumando a louça no armário, quando olho para o termômetro e o mundo pára. Tudo em volta parece meio obscuro e aqueles números sorriam para mim uma sinfonia feliz, 28 graus! Sim... minha alma brasileira sorriu e saiu correndo pelo gramado do jardim enquanto o corpo ficava ali, seminerte guardando a louça no armário.

No dia seguinte, acorda a brasileira toda feliz, achando que a vida de repente é fácil e morna, quando olha para o lado de fora e... roubaram o meu sol!!

Pois... inocência demais achar que é possível ter dois dias de sol seguidos nesse país. A chuva desdenhava de mim pela goteira do corredor. O bebê chorou ao longe, a menina mais velha derramou leite no casaco limpo da escola e a do meio não quer fazer a cama...

... de volta à chuvosa Irlanda.

8.4.09

A crise em crise

Pois é... todo mundo sabe e não aguenta mais ouvir que a Europa e o resto do mundo todo (porque europeu tende a achar que aqui é o centro do mundo e tudo que acontece por essas terras reflete em TODO o mundo - será?) está em crise.

Aqui na Irlanda, o papo é de que essa ilha está em colapso. Mais ou menos que nem Atlântida, alguns irlandeses acreditam que a terra está prestes a ser engolida por uma horda de estrangeiros sanguessugas de seus empregos. Não é para menos que toda semana vemos protestos pelas ruas da cidade.

Todo ano o governo irlandês libera o orçamento, mostrando quanto foi gasto e com o quê, além de como os impostos de relacionam com os gastos. Acontece que com essa tal de crise, foi resolvido que era necessário fazer um orçamento de emergência (emergency budget). Isso significa que mais impostos serão cobrados por aqui e que o governo vai cortar muitos gastos.

Ora ora, não é para menos que muitas pessoas estão levando placas para as ruas. Corta-se muito e se tem pouco em troca. O que me indigna é que, no Brasil, a tal da crise esteve lá por muitos anos e não nos desesperamos com isso (?). Positivo ou negativo, muito da crise é a maneira que se fala dela e como o povo lida com esse dragão... aqui na Irlanda o mundo acabou por algumas horas ontem; assistir o emergency budget foi o programa de 9 entre 10 famílias irlandesas.

Para os curiosos, é possível saber o que vai mudar na Irlanda por esse link aqui. Vale a pena comparar com o Brasil.

1.4.09

Batendo papo com os chineses

Bom, já que no post passado eu trouxe uma curiosidade cultural, hoje eu resolvi fazer a mesma coisa, mas, dessa vez, para homegear os nossos queridos amigos chineses.

Pois bem, imagina a situação: você mora no 3873 andar do prédio, seu vizinho, aquele rapaz que você vê todo dia de manhã saindo com o carro, mas nunca trava mais de duas palavras (bom dia!), entra com você no elevador. Qual o primeiro comentário?

a) se você mora no Rio de Janeiro: Nossa, mas que calor é esse, hein... Tá insuportável...

b) se você mora na Irlanda: Nossa, o clima está tão agradável hoje, né? Até que essa coisa de aquecimento global tá servindo para alguma coisa...

c) se você mora na China: (agora prestem bastante atenção!) Você já tomou café-da-manhã hoje?

Depois de saber desse detalhe chinês, eu fiquei até mais inclinada a conhecer a cultura de um povo fantástico o suficiente para tratar de comida em small talks. Pois é, enquanto aqui, na falta de assunto, falamos do tempo, na China, na falta de assunto, fala-se de comida...

Pessoalmente, acho muito mais interessante. Tenho certeza que Marília e Alessandra se adaptariam facilmente a essa inovação linguística.

26.3.09

Lambadeando nas Ilhas Maurício

Olá pessoas!

Hoje venho contar uma curiosidade para vocês.

Como muitos já sabem, Dublin é uma capital internacional, onde é mais fácil encontrar chewbacas em Temple Bar do que um verdadeiro dubliner. Assim sendo, uma das nacionalidades figurinha carimbada em qualquer escolinha de inglês da cidade é a mauricinha (ou seja, aquela pessoa oriunda das Ilhas Maurício); portanto, não seria difícil concluir que a Grafton College (curso dessa que vos escreve) está abarrotada até o teto desses nossos amigos ilhéus.

Pois bem, estava eu hoje na sala de aula comendo meu lanchinho no recreio (ou intervalo, como preferirem) quando escuto lá no fundo "choooorando se foi quem um dia só me fez choraaar..."

ãh?!

Sim, e, para melhor compreensão desse post, eu mando o vídeo caso alguém não se lembre:



Olhei para os lados em procura desesperada pelo brasileiro que ouvia aquilo. Nada. Segui o som. Cheguei a uma mauricinha que ouvia acanhada (veja bem) no seu celular aquela música de uma língua bem estranha para ela...

"This is a Brazilian song!", eu disse.
"I know... It's lambada.", ela respondeu.

Putz... enquanto eu recolhia os restos do meu queixo no chão, ela começou a explicar que era um tipo de música que faz (atenção para o tempo verbal - FAZ, presente) muito sucesso nas Ilhas Maurício e na Índia.

Enquanto ela me explicava, outros mauricinhos se juntavam para me perguntar sobre lambada, samba, pagode e afins. Perguntas como "Qual a sua banda de lambada preferida", "Você vai aos bailes de lambada", "Você sabe dançar samba" e "O que ela está falando nessa música". Todas as quais foram respondidas com o meu grande amor e paixão pelo estilo musical, "oh well... you see... it's old in Brazil..."

Para quem não faz a mínima idéia de onde se encontram as Ilhas Maurício, vale a pena dar uma olhada no mapa, é só clicar no link: Ilhas Maurício. Fica ali, do lado direito de Madagascar (ilha grande, à direita da África). Por sinal, vale a pena procurar umas fotos das praias, que são absurdamente lindas.

See you, guys!

23.3.09

Go Ireland!

Como já havia comentado em outro post, o esporte nacional irlandês é, sem dúvida, o rugby. Assim como no Brasil, onde em qualquer parquinho é fácil encontrar uma quadra de futebol, aqui o grande lance são os gols gigantes do rugby.

No entanto, a última vez que o país ganhou uma copa européia foi em 1946 (e eu espero que a data esteja certa).

Mas, contudo, todavia, entretanto, para comemorar a chegada das meninas na Irlanda, a seleção nacional deu um boost nas idéias e trouxe para a ilha a tão adorada taça de ouro!

No dia da final (no país de Gales) o país estava inteiro nos pubs comemorando com Guinness. E, para fechar com chave de ouro a tão esperada vitória, nenhum fogo de artifício foi lançado, nem um estalinho sequer... whatever! Ganharam! E eu me sinto um tanto responsável, já que sempre que eu começo a assistir os jogos a Irlanda passa a ganhar... :)

Congratulations Ireland! I'm sure you deserve it ;)

(clique na imagem para versão inteira)



- PS: Não tem preço ver o príncipe William (para quem não se lembra, seu pai, Charles, é príncipe do País de Gales) CARECA dando SEMGRAÇAMENTE a taça para os irlandeses em sua própria casa! :)

18.3.09

Happy St Paddy's Day!

Oh yeah, baby! Ontem foi dia de São Patrício, a.k.a. Saint Patrick, padroeiro da Irlanda (e de NY, se não me falha a memória - corrijam-me se eu estiver errada).

Uma breve historia em tópicos:

0>> Século V.

1>> De família romana, foi capturado e vendido como escravo em terras irlandesas.

2>> Volta para Roma enquanto homem livre e torna-se monge.

3>> Enquanto monge, não consegue esquecer a ilha que deixou.

4>> Volta e catequiza os irlandeses de maneira não abusiva, o que o torna um ídolo na região.

5>> Dizem que ensinava a trindade (pai, filho e espírito santo) usando o trevo de três folhas facilmente encontrado nos campos irlandeses. Por esse esse motivo, o trevo se tornou o seu símbolo, e, consequentemente, um símbolo nacional irlandês.

5>> Morre no dia 17 de março, dia em que hoje comemoramos a sua existência.

> Para quem quiser saber mais sobre a vida de São Patrício, recomendo um livro muito interessante chamado Como os Irlandeses Salvaram a Civilização, do autor Thomas Cahil. Ou, Google!


Hoje, a imagem de St. Patrick é mais associada com as festas de março do que com o santo. O feriado se estendeu de sexta à terça e por todo o país bandeiras da Irlanda, chapéus de leprechauns e trevos eram vistos. (sim, viajamos o país todo para poder mencionar nesse post, mas isso é história para outro dia...).


O interessante é que no dia 17, toda Dublin estava na rua. É bonito ver o povo todo orgulhoso do seu país, com a bandeira e os símbolos nacionais estampados. Tenho que admitir que fiquei com uma pontada de inveja. Não consigo pensar em nenhum feriado brasileiro em que vestimos nossos símbolos e festejamos ser brasileiros. O único momento em que fazemos isso são nos jogos... belo seria se não dependessemos disso!

Por outro lado... a imagem de St Patrick durante a festa é um tanto esquecida. Na parada, apenas um homem (abrindo o desfile), veio vestido de St. Patrick. Foi o único momento de todo o dia 17 que eu vi alguma referencia ao homem.



Dublin estava linda! O sol veio fazer a nossa felicidade (apesar do vento frio) e parece que toda a Europa estava nas ruas. Pessoas de todos os países. Uma festa muito bonita de se ver. Seguem as fotos.








Depois eu conto mais!

- Nandona, que ainda está cansada... :)

12.2.09

GIVE BLOOD - Play Rugby

rugby2.jpg



Sábado. Dia de jogo. Irlanda e França. Dublin vai toda para o estádio. Rugby.


Nandona e Claudislete se encaminham para o pub movimentado mais próximo...








Saibam mais dos bastidores desse jogo em...:









Talvez, na qualidade de brasileiros, muitos de nossos leitores (nossos milhooooooooes de leitores!), assim como esta que lhes escreve, não entendam absulatamente patavinas do que constitui o jogo de rugby. Por esse motivo, do fundo da minha capacidade intelectual, cederei parte do meu rico tempo de (ainda) desempregada, para explicar as muitas regras desse jogo. Vamos lá...

1) A "bola", como no futebol, sai do meio. Tem uma galera de um lado (lado a) e uma galera do outro (lado b).


2) O jogador com mais habilidade física (entendam isso como quiserem) pega a "bola" e corre para salvar sua vida.


3) A "bola" só pode ser jogada para trás. Exemplo, se um jogador do lado a pega a "bola" e corre para salvar sua vida, até que se depare com um jogador com mais habilidade física que ele, o mesmo não poderá passar a "bola" para um jogador do seu time que esteja à frente, apenas para algum que esteja atrás; que deverá, igualmente, correr para salvar a sua vida.


4) No entendo, há uma maneira de jogar a "bola" para frente: faze-la parar. É aqui que entra a parte mais interessante do jogo, a porradaria. A única maneira de fazer a "bola" parar é conseguir reunir em um espaço de 1 metro quadrado todos os 30 jogadores (15 de cada time) de maneira que o jogo seja interrompido e aquele jogador (a essa altura do campeonato, sufocado) possuidor da "bola" possa jogá-la para seus companheiros posicionados em sua frente.


5) Pontuação: se dá da seguinte maneira.


5.1 - o indivíduo com mais habilidade física joga a bola por entre as traves > 3 pontos.


5.2 - o indivíduo com mais habilidade física chega até a última linha do campo oposto > 5 pontos e tentativa de marcar mais 2 pontos com um tiro livre entre as traves (chamado try).


5.3 - o indivíduo com superhabilidade física corre por todos os outros jogadores e se joga exatamente embaixo das traves > 5 + 2 pontos automáticos.


Para maiores informações à respeito, recomendamos o site Laws of Rugby.

30.1.09

Dia 0,5

Pois... dia 0,5 porque não era um dia inteiro ainda, porque as meninas chegaram à noite, porque as meninas são meninas e carregavam malas de 9374563kg que qualquer menina normal faria.


No dia 0,5 só deu tempo de fazer os três passos básicos de qualquer viajante: 1) ligar para a família; 2) resgatar as malas; 3) bater auto-fotos.



aeroporto dublin.jpg



Do aeroporto seguimos cada uma para o seu destino: Nanda e Claudilene para a casa da Mrs Eccles e eu (Nandona) para o Jacob's, meu albergue.


(Nandona fala) A primeira impressão de Dublin foi uma mistura de descanso abençoado com uma frustração absurda. Explico: descanso, pois finalmente tinha chegado, tinha pisado em terra firme (para os aviãofóbicos, isso faz muito sentido), tinha passado em todas as imigrações (o que contrariou todos os meus pesadelos de esquecer passagens, malas, casacos e passaporte), tinha entrado no taxi, o vento frio não tinha congelado meus ossos e, principalmente, eu tinha conseguido travar comunicação com irlandeses!


A frustração absurda foi ver um grupo de knackers (uma versão irlandesa do pivete) fazendo arruaça na rua. Poxa, eu demoro 27256362 horas para chegar nessa cidade que mais parece uma cidade do interior de São Paulo com esse tempo frio e esses prédios baixos para enfrentar violência! Entrei no albergue, peguei minha keycard (que saudade do romantismo das chaves) e fui para o meu quarto, que, felizmente, estava vazio! Talvez aqueles que já ficaram em albergues com quarto compartilhados saibam a felicidade que é entrar em um quarto desses vazio...


... e foi nesse vazio silencioso e confortável que fui dormir 12 horas seguidas, para sonhar que voltava para o Brasil...


(Nanda fala) Entramos num taxi com nossos 23894738643kgs de mala para sermos desovadas (sim, largadas no meio da rua) em frente à casa da nossa futura adorada Mrs. Eccles, a hobbit. Depois de longos minutos no frio esperando nossa anfitriã vir à porta, eis que surge um ser de 0,5 metro de altura, pouco menor que eu. Adentramos o recinto para descobrir nosso confortável ninho nessa casa irlandesa. É interessante comentar que por confortável entendemos um quarto com duas camas, saudosos edredons de 5kgs em cada, uma modesta cômoda com uma "telly" sem instruções de uso e um pequeno banheiro desnecessariamente gelado.


(Claudia fala) Nessa primeira noite passamos várias privações: 1) não sabíamos ligar o chuveiro (o que resultou em uma noite menos asseada); 2) não sabíamos ligar a televisão (o que resultou em um monólogo de mim para mim mesma); 3) não sabíamos fechar a porta (o que resultou em uma Nanda congelada no dia seguinte); e 4) não sabíamos da comida (o que resultou em uma noite sustentada pelos ítens roubados do avião). Nesse cenário tão desprovido de entretenimento, fui dormir à voz (não tão suave) de minha roomate, Nanda, que depois de muitos apelos meus resolveu falar da vida e nunca mais parou.

 
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