Ontem teve festa de aniversário aqui em casa. De criança. Todo mundo sabe, eu não gosto de festas. Nem de adulto, muito menos de criança. Na verdade, as únicas festas que eu gosto são aquelas que acontecem na casa da Marília. E isso porque a mãe dela sempre providencia uma quantidade absurda de comida, e ela sempre me chama quando a festa já tá no final, ou seja, no socializing.
Anyway, no Brasil, pelo menos quando eu era criança, festa de criança funcionava assim: chamava-se a família, amiguinhos e seus respectivos pais (Todos munidos com os mais novos gadgets da Barbie e roupinhas do Bicho Comeu, para me presentear, claro). Como as famílias dos amiguinhos também eram chamadas, era "cada um cuide da sua prole e sigamos com a festa". No final, cantava-se o parabéns da Xuxa (Que me persegue há 25 anos, graças à minha mãe), comia-se bolo e distribuía-se o resto pros pobres que têm que levar uma marmita pra casa.
Aqui o esquema é um pouco diferente: Às 14:00 começa a festa. Às 13:50 já tem convidado chegando. E eu pensando "Essa gente não se preocupa se vai ser o abre-festa, né?". Os pais entram, deixam suas crianças, um presentinho de 5 euros e vão embora. E eu pensando "COMASSÉM?!". Então é assim? Chega, aqui tá o pentelho do meu filho. Se fode aí e daqui a duas horas eu passo de novo pra pegá-lo, ou eu atraso mais uma hora e você se vira tendo que aturar a peste. Beijo, muito obrigada, até daqui a pouco!
No final das contas, a festa correu bem. Não vou contar pra vocês que teve criança dando banho de mangueira nas outras num frio de 10 graus, também não vou contar que teve criança de lama da cabeça aos pés porque uma outra empurrou-a do trampolim, e é claro que eu também não vou contar que teve criança cuspindo e até mijando no tênis de outra.
No final das contas, a festa correu bem. Não vou contar pra vocês que teve criança dando banho de mangueira nas outras num frio de 10 graus, também não vou contar que teve criança de lama da cabeça aos pés porque uma outra empurrou-a do trampolim, e é claro que eu também não vou contar que teve criança cuspindo e até mijando no tênis de outra.
Mas não era exatamente sobre isso que eu ia falar. Voltemos ao assunto então. Preparativos para a festa: balões, bolo, chocolate, batata-frita, bala, muffin, etc. E eu pensando "Gente, deve ser triste passar todos os aniversários da sua vida sem comer brigadeiro em nenhum deles".
Hoje teve festa aqui em casa. De criança. Não, você não está tendo um déjà vu. Duas festas seguidas. Double excitement. Explico: as duas meninas fazem aniversário na mesma semana. Então, nada mais lógico do que comemorar tudo de uma vez, maaaaas...outra festa de aniversário estava acontecendo no mesmo dia e metade dos convidados estavam nessa festa, pois já tinham confirmado presença antes. Então, mais uma vez, balões, bolo, chocolate, batata-frita, bala, muffin, crianças se matando, e eu pensando "Gente, deve ser triste passar todos os aniversários da sua vida sem comer brigadeiro em nenhum deles". Normalmente quando eu penso em cozinhar alguma coisa, eu sento e espero a vontade passar. Tudo pela segurança da casa e do meu estômago. Mas quando se trata de brigadeiro, vontade dá e não passa. Aí eu viro pra dona da casa e pergunto se eles têm leite condensado aqui. Ela me dá uma lata com um negócio dentro que não tem muita cara de leite condensado. E eu pensando "É, bem, não era bem isso que eu tinha em mente". Ela se oferece para ir ao mercado procurar o tal leite condensado. Depois de pagar 3 euros, volta com a latinha mágica. Todo mundo em volta. Nunca viram leite condensado na vida. E eu pensando "Como deve ser triste passar a vida inteira sem lamber uma lata de leite condensado". Eu digo "Calma, eu deixo vocês lamberem a lata" porque eu entendo as pobres almas, já que eu sempre ficava ao lado da minha mãe esperando pra lamber a latinha e ela raspando até a última gota do leite condensado e eu ficando cada vez mais deprimida. Eu começo então a fazer o brigadeiro, mas antes eu faço as devidas apresentações. Digo que é um doce muito popular no Brasil, que é praticamente obrigatório em festa de criança, e mostro até a página na Wikipedia, com direito a foto, claro. Água na boca de todos e as crianças tentando falar "brigadeiro". Conhecedores da minha (ausência de) habilidade culinária, eles dizem "You're actually baking?" e riem na minha cara sem a menor cerimônia. Alguns minutos depois o brigadeiro estava pronto. E eu pensando "Sabe aquelas fotos do hamburguer do McDonald's do tipo como é e como deveria ser? Então! Meu brigadeiro tá mais ou menos isso". Mas não importa. O que importa é que eles comeram brigadeiro pela primeira vez e ainda disseram "This is actually not bad". E convenhamos, na minha realidade culinária "This is actually not bad" é um elogio e tanto.
Eu vou mais além: independente de festa de aniversário, como pode haver criatura terrestre que não conheça brigadeiro?!
ResponderExcluirÉ... esses gringos têm inveja de nossas praias e sinto que agora ficarão também com inveja de nossa culinária (ainda que tenham provado da culinária de Fernanda... ainda assim!)
PS: por falar em criança, elas estão cada vez mais monstrinhos... vai ver o post que fiz sobre um diálogo meu com minha afilhada (5 anos tem a monstra) intitulado "Dia das crianças 2".
Cadê a foto do seu brigadeiro? Fiquei curioso...
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHA
ResponderExcluirEsse tipo de coisa não se publica.